Como ajudar alguém que pensa em suicídio?

SETEMBRO AMARELO

A ideia é pintar, iluminar e estampar o amarelo nas mais diversas resoluções, garantindo mais visibilidade à causa.

O tema é complexo, delicado e cheio de tabus, mas não pode ser ignorado pela sociedade.

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem todos os anos por atentarem contra a própria vida, o que corresponde a uma morte a cada 40 segundos. A cada morte, pelo menos seis pessoas são impactadas diretamente. A consequência é alarmante: em 2015, o suicídio foi considerado a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo. Só no Brasil, 32 pessoas cometem suicídio todos os dias.

O enfrentamento de conflitos, desastres, violência, abusos ou perdas e um senso de isolamento estão fortemente associados com o comportamento suicida.

As taxas de suicídio também são elevadas em grupos vulneráveis que sofrem discriminação, como refugiados e migrantes; indígenas; lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e intersexuais (LGBTI); e pessoas privadas de liberdade. De longe, o fator de risco mais relevante para o suicídio é a tentativa anterior.

 

 

CURIOSIDADE:

 

 

As mortes por suicídio acometem três vezes mais os homens do que as mulheres.

Porém, as tentativas são três vezes mais frequentes entre elas.

A explicação estaria no fato de os homens serem mais reservados para falar sobre problemas pessoais e, consequentemente, em buscar ajuda, resultado também da cultura na qual estão inseridos. Já as mulheres dispõem com mais facilidade de rede de contatos e de grupos de apoio que as auxiliam nas questões emocionais e psicológicas, o que amenizaria os riscos.

Há também um índice elevado entre idosos.

Os principais motivos são solidão, perda de cônjuges, doenças degenerativas dolorosas e sensação de dar trabalho para a família.

 

Como ajudar alguém que pensa em suicídio?

A primeira medida preventiva é a educação.

É preciso perder o medo de se falar sobre o assunto. O caminho é quebrar tabus e compartilhar informações. Esclarecer, conscientizar, estimular o diálogo e abrir espaço para campanhas contribuem para tirar o assunto da invisibilidade e, assim, mudar essa realidade.

 

“Conheço alguém que está pensando em cometer suicídio, e agora?”

Saber reconhecer os sinais de alerta pode ser o primeiro e mais importante passo:

Isolamento, mudanças marcantes de hábitos, perda de interesse por atividades de que gostava, descuido com aparência, piora do desempenho na escola ou no trabalho, alterações no sono e no apetite, frases como “preferia estar morto” ou “quero desaparecer” podem indicar necessidade de ajuda.

Se você suspeita que alguém próximo à você pensa em cometer suicídio:

Quem pensa em cometer suicídio, realmente deseja a morte?

A maioria das pessoas que pensam em suicídio, na verdade, têm sentimentos ambivalentes. Elas desejam pôr um fim a um sofrimento.

É verdade que o suicídio sempre ocorre sem avisos?

Não. Apesar de parecer um ato de impulsividade, o suicídio pode já ter sido considerado. Muitos indivíduos emitem algum tipo de mensagem verbal ou comportamental sobre a intenção de cometer esse ato.

O risco do suicídio existe para o resto da vida?

Pensamentos suicidas podem retornar, mas eles não são permanentes e em algumas pessoas eles podem nunca mais retornar.

Se eu falar sobre o suicídio com a pessoa em risco, poderia está induzindo a isso?

Não. Conversar sobre o suicídio ou possíveis sentimentos e pensamentos, pode ajudar a pessoa a se sentir acolhida por alguém que se preocupa com seu sofrimento, além de aliviar a angústia e a tensão geradas por esses pensamentos. Vale ressaltar que buscar ajuda profissional é importante após esse momento.

A pessoa que ameaça suicídio deseja manipular os outros ou chamar atenção?

A ameaça de suicídio deve ser sempre levada a sério. Isso indica que a pessoa está sofrendo e necessita de ajuda. Muitas pessoas dão sinais e relatam para mais de uma pessoa, inclusive agentes de saúde, sobre a intenção de cometer o suicídio.

 

Onde buscar ajuda?

 

O CVV (Centro de Valorização da Vida) é uma das ONGs mais antigas do país. Fundado em São Paulo em 1962, atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio por meio do telefone 188 (de forma gratuita), e também por chat, e-mail e pessoalmente. De forma sigilosa e sem julgamentos, o voluntário do CVV busca ouvir aquele que liga com profundo respeito, aceitação, confiança e compreensão, valorizando a vida e, consequentemente, prevenindo o suicídio. Todas as formas de acesso podem ser conferidas no site www.cvv.org.br, onde também é possível se informar sobre o Posto CVV mais próximo e como se tornar voluntário.

Referências: ABP, CFM. Suicídio: Informando para Prevenir. Brasília [s.n.], 2014. | BRASIL. Ministério da Saúde. Prevenção do suicídio: manual dirigido a profissionais das equipes de saúde mental. Brasília: [s.n.], 2006. 76p. | CVV. Setembro Amarelo, 2019. Disponível em: <https://www.setembroamarelo.org.br/cvv/> | FOLHA INFORMATIVA – SUICÍDIO. OPAS/OMS Brasil, 2018. Disponível em: <https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5671:folha-informativa-suicidio&Itemid=839> | O MOVIMENTO. Setembro Amarelo, 2019. Disponível em: <https://www.setembroamarelo.org.br/o-movimento/> | SETEMBRO AMARELO – Ministério da Saúde divulga material informativo sobre suicídio no Brasil. Secretaria da Saúde RS. Disponível em: <https://saude.rs.gov.br/setembro-amarelo-ministerio-da-saude-divulga-material-informativo-sobre-suicidio-no-brasil> | Ilustrações: freepik

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